Propaganda

Propaganda. Essa palavra tão famosa e que muitos não devem ver com bons olhos. Por muito normaleca que nos pareça, como a inofensiva propaganda política ou simplesmente propaganda pra nova pasta de dentes com sabor a menta oriental e ligeiros toques a camomila selvagem (se tais coisas não existirem, não se preocupem, é apenas...propaganda!), ela já foi a oleada máquina de terror que sustentou impérios. E o objectivo é sempre o mesmo, fazer o inimigo parecer o pior bicho do mundo através de mensagens passadas à população seja por que meio for com o intuíto de semear o ódio e controlar mentes. Exemplo mais flagrante de tal coisa é sem duvida a propaganda Nazi, por muitos tida como uma das melhores engedradas e que melhor cumpriu a sua finalidade. Mas não só, está claro. Os antigos impérios deviam ter os seus truques e manhas, nem que fosse só a fama de exército interminável e imbatível; nos tempos da outra senhora também nós por cá tinhamos belos posters com a finalidade de enganar o povo, etc etc etc.
E a America? Land of the Free? Como é sabido de todos, só mesmo de nome... (lá está, mais propaganda, para parecer bem aos olhos sabe-se lá de quem). E lá tudo vale para envenenar a mente de jovens criancinhas contra o inimigo de época (sabe-se como são os americanos, têm de arranjar nova gente pra chingar o juízo a cada uma ou duas decadas, senão é uma chatice), tudo sobre a alçada dos reluzentes raios de sol da DEMOcracia e poder absorduto de dEUS.

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Fuckin' Hellgarve!

Lisboa, Cais do Sodré, 16 de Junho de 2004

Em pleno Euro 2004! Portugal 2 - 0 Rússia, visto no Irish do Cais do Sodré com uma trupe de amigos e aprumados Srs. Arquitectos e demais Sras.. Uma valente bezana. Uma tour pelos crescentemente interessantes bares do Cais.
Após continuamente interpelados pelas graciosas Bar-Women (que mais pareciam umas jeitosas saídas há 50 anos de um filme dos anos 50), de um overwelming show de strip e de umas cevejas e wiskys a mais, demos connosco a entrar e sair do TexasBar e a parar à porta do Jamaica.
O Jamaica? - pode perguntar com espanto o ilustre leitor. Sim, é verdade, o Jamaica.
Ora, para quem não conhece é um bar/disco que toca predominantemente Reggae e que tem uma "aura" muito própria, um estilo, fama.
Normalmente é a pagantes e tem uns senhores pequeninos e mansinhos à porta, aos quais nos dirigimos forçosamente para podermos entrar.
Ora, lá vinha então o gang dos coxinhas do Tide preparadíssimo para entrar Jamaica adentro quando o porteiro nos saúda com um dente de ouro e pergunta: "Quantos são? Quantos gajos e quantas gajas?". Perplexos respondemos que apenas pretendiamos beber uma e prosseguir caminho, que não estavamos ali propriamente pela música, pelo ambiente e pelo engate... Ao que o senhor retorquiu com uma pergunta: "Mas donde é vocês são?". A maioria era de Lagos e assim respondemos. Eis senão quando o exmo. sr. sorri e diz: "Epah, foda-se!!! Já trabalhei em Lagos lá num bar!! Tive lá X meses!!", dá dois murraços com a mão direita no peito e continua dizendo "SOU PRIMO DO FREITINHAS!!".

London's Burning - Catrapum!!

Bombinhas em Londres! E não me parece que continuassem a ser fogos de artificio pelas comemorações dos Jogos Olímpicos na capital inglesa, já para não falar que a noite não-sei-das-quatas em que os ingleses se fartam de rebentar fogo de artifício é só no início de Novembro.

Ora isso deixa-nos apenas com outra hipotese que é (aaaahh o choque!) um...ATENTADO! Ora, ok, está bem, mas de quem? Vai-se culpar outra vez os pobres coitados da Al-Qaeda, esses seres maléficos que batem nas mulheres e fazem explodir capitais. Mas será? Reflactamos sobre o assunto: Ontem os franceses ficaram todos lixados porque perderam os jogos olímpicos para os ingleses, que são nem mais nem menos que os seus eternos rivais (embora hoje em dia não tão declaradamente). Isso deixa-nos com uma hipotese flagrante, terroristas franceses!

E agora pensemos neste assunto...terroristas franceses. Ora, tentamos definir um terrorista francês, tendo em conta a população: indíviduo de dialecto algo estranho, com uma leve pronuncia do médio oriente, coloração algo a dar pro fortemente moreno (mas sem corantes nem conservantes), cabelo escuro, religão muçulmana e forte adoração por kebabs, gyros ou shorama. Ora não admira que tentassem culpar outra vez a Al-Qaeda, pobrezinhos.
Em ultimo caso sempre se poderia culpar uma célula terrorista dos ditos cujos com sede em França. Seria o 2 em 1.

E por agora basta de besteira.

Hellgarve - o início, o peido como grito de revolta e merda em geral

Enquanto aguardo impacientemente pela minha internacionalização, sento-me no sofá e vagueio incoscientemente por aquilo a que chamam de tédio. Eis o que a populaça opina a meu respeito:

«Homem capaz de comer qualquer coisa». Foi como Mick Jagger descreveu o Santana durante a sua ultima vinda a Portugal. Em confidência acrescentou: "-há que gostar de gajos assim". Durante a sua estadia em Lisboa o próprio Fernando Pessoa deixou cair o ser café durante mais uma das exibições de talento do Pedro. Este estava a forçar os olhos a assumir uma posição digna de um "estrábico de circo", para que pudesse seguir dois rabos-de-saia que seguiam em direcções opostas. No Rossio onde era conhecido pelo homem que mais tempo passava a mexer na fruta, era conhecido pelo: Pedro "O cheiro a cação" Santana. Mas não falemos só dos seus dotes culinários e das intermináveis horas do seu bilhar de bolso. Ele é um obsceno, gosta de correntes e tatuagens. Gosta de velocidade, de rock do tempo da avozinha, e se a avozinha tiver tatuagens, também a faz. Mas em tudo o que faz acrescenta a doze certa de amizade, de saudade e de lealdade. O seu poema é do D.H. Lawrence :
A INDECÊNCIA PODE SER SAUDÁVEL
A indecência pode ser normal, saudável;
na verdade,
um pouco de indecência é necessário em toda vida
para a manter normal, saudável.
E um pouco de putaria pode ser normal, saudável.
Na verdade, um pouco de putaria é necessário em toda vida
para a manter normal, saudável.
Mesmo a sodomia pode ser normal, saudável,
desde que haja troca de sentimento verdadeiro.
Mas se alguma delas for para o cérebro, aí se torna perniciosa:
a indecência no cérebro se torna obscena, viciosa,
a putaria no cérebro se torna sifilítica
e a sodomia no cérebro se torna uma missão, tudo, vício, missão, insanamente mórbido.
Do mesmo modo, a castidade
na hora própria é normal e bonita.
Mas a castidade no cérebro é vício, perversão.
E a rígida supressão de toda e qualquer indecência,
putaria e relações assim leva direto a furiosa insanidade.
E a quinta geração de puritanos,
se não for obscenamente depravada,
é idiota.
Por isso, você tem de escolher.

© Vasco 2005

Sentia-me na obrigação de partilhar com os demais tão fiel reprodução da minha pessoa. É indescritível o efeito que tal acto de lisonja teve em mim. Deixar-vos-ei sem prosseguir com a teoria do peido como grito de revolta mas vos prometo e garanto que não tentarei conquistar nem o vosso respeito nem assegurar a minha seriadade.